sábado, 27 de janeiro de 2007

Cientistas descobrem gene humano que pode acabar com tumores

Via Blog do Vida

Cientistas americanos descobriram que a reativação do gene P53, que sabiam que podia prevenir o aparecimento do câncer, também pode ajudar a acabar com alguns tipos de tumores hospedados no organismo humano.

A descoberta, que está no último número da revista científica britânica Nature, é obra de duas equipes de cientistas americanos - uma do Instituto de Tecnologia do Massachusetts em Cambridge e outra do laboratório "Cold Spring Harbor" de Nova York - que estudaram com ratos o efeito deste gene, respectivamente no câncer de linfoma, no sarcoma e no do fígado.

Após reativar o gene P53, os dois grupos conseguiram algum tipo de efeito sobre os três tipos de câncer: pelo menos os tumores dos ratos diminuíram 40% e, em alguns casos, desapareceram totalmente.

O P53 é um dos genes mais estudados na luta contra o câncer, embora, até o momento, se acreditasse que sua função era apenas prevenir o surgimento da doença através da ativação dos mecanismos de reparação do DNA, para evitar que as células danificadas se dividissem.

Caso este dano não possa ser reparado, o P53, que em mais da metade dos casos de câncer em humanos está inativo ou apresenta alguma anomalia, ordena à célula que se auto-destrua, por uma espécie de suicídio chamado de apoptose.

Os cientistas de Cambridge reativaram o gene que estava "apagado" em ratos modificados geneticamente com tumores de linfoma e com sarcomas, ambos pertencentes ao tipo de câncer de tecidos conectores.

– Caso encontremos remédios que possam restabelecer o funcionamento do P53, estes podem ser efetivos para os tratamentos do câncer – declarou David Kirsch, membro da equipe de Cambridge que descobriu, além disso, que tal reativação do gene não danifica as células sadias.

Os pesquisadores de Nova York, que estudaram os efeitos do gene no câncer de fígado, utilizaram uma técnica chamada "interferência do ARN" para regular o funcionamento do P53, com a qual manipularam o mecanismo de interpretação do código genético para fabricar proteínas.

O resultado foi o mesmo que com os sarcomas: o tumor parou de crescer e, ao mesmo tempo, o organismo ativou uma resposta imunológica em direção às células afetadas.

Estes cientistas olham agora para as moléculas utilizáveis em tratamentos contra o câncer como a possível substância para a cura destes tipos de câncer, já que torna mais difícil a presença de uma enzima que mantenha os níveis do gene P53 baixos.


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