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Um grupo internacional de astrônomos descobriu que o pólo sul é o ponto mais quente de Netuno, o planeta mais afastado da Terra, informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa (agência espacial americana).
A diferença de temperaturas permite que o metano, que em outras regiões do planeta está congelado, se transforme em gás e seja filtrado rumo à estratosfera, avaliou o JPL.
"A temperatura é tão alta que o gás, que deveria estar congelado na estratosfera, pode ser filtrado a partir desta região" da atmosfera rumo ao espaço, disse Glen Orton, astrônomo do JPL em Pasadena (Califórnia), em relatório publicado hoje na revista "Astronomy and Astrophysics".
As oscilações térmicas em Netuno foram determinadas por meio do grande telescópio operado no norte do Chile pela Organização Européia para a Pesquisa Astronômica no Hemisfério Sul (ESO).
As temperaturas médias em Netuno são de menos 200 graus centígrados, mas no pólo sul do planeta são cerca de dez graus mais altas.
Isto se deve ao fato de que Netuno é o planeta mais distante do sistema solar e só recebe uma milésima parte da luz solar que chega à Terra.
No entanto, essa pequena quantidade de luz influi consideravelmente em sua atmosfera, completou o JPL.
Os astrônomos explicaram que essas oscilações térmicas se ajustam às mudanças estacionais do planeta que, devido a sua distância do Sol, tem um ano que dura 165 dos terrestres.
Isso significa que o pólo sul de Netuno está no verão há 40 anos.
"Neste momento, o pólo sul de Netuno está inclinado em direção ao sol, tal como o pólo sul da Terra se inclina em direção ao Sol no verão do hemisfério sul", disse Orton.
No entanto, o verão antártico de Netuno dura 40 anos e não poucos meses, e a energia solar que se recebe durante todo esse tempo pode provocar grandes diferenças térmicas entre as regiões, acrescentou o astrônomo.
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