A produção de etanol a partir do milho, como ocorre em larga escala nos Estados Unidos, não é uma solução para o aquecimento global nem uma maneira de reduzir a dependência do petróleo, afirma editorial publicado nesta terça-feira pelo diário americano The Christian Science Monitor.
"Hoje, metade da gasolina vendida nos Estados Unidos contém um pouco de etanol. Mas os problemas da produção em massa desse tipo de etanol estão começando a pipocar", diz o jornal.
O editorial cita um estudo publicado neste mês que avalia que o aumento projetado no uso do milho para produzir etanol pode provocar danos consideráveis ao suprimento e à qualidade da água.
"O avanço das plantações de milho para regiões mais secas pode secar os reservatórios e competir com outras necessidades de água como a para geração de energia hidroelétrica e para o habitat dos peixes", diz o texto.
"O uso pesado de nitrogênio necessário para fertilizar as plantações de milho podem prejudicar a qualidade da água subterrânea, dos rios e das águas costeiras, gerando 'zonas mortas'", afirma o jornal.
Segundo o editorial, o estudo, do Conselho Nacional de Pesquisas, concluiu que uma única refinaria de etanol de milho que produz 100 milhões de galões do combustível por ano, usa uma quantidade de água suficiente para suprir uma cidade de 5 mil habitantes.
Outro problema apontado pelo jornal é o impacto da produção do etanol de milho sobre os preços dos alimentos.
"Os preços já estão subindo, e os fazendeiros americanos estão plantando a maior safra de milho desde 1944", diz o editorial. [Leia+]
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