via SUPERINTERESSANTE
A agricultura domina 40% do solo do planeta. Em 2050, a Terra abrigará 9 bilhões de habitantes, e 7,5 bilhões deles vão viver em cidades.
Para alimentar a população que ainda vai nascer, seria preciso ocupar uma área extra do tamanho do Brasil com lavouras – o que só aumentaria o efeito estufa, já que para plantar você precisa desmatar.
Aí vem o gasto de energia com o transporte de cada vez mais alimentos... Moral da história: temos um belo pepino nas mãos.
Mas para o biólogo Dickson Desprommier, da Universidade Columbia, em Nova York, basta uma coisa para resolver tudo isso: fazendas verticais. Seriam prédios com plantações internas, montados na cidade, pertinho dos consumidores e sem derrubar mais florestas.
Só daria para fazer isso porque a área necessária para plantar nas fazendas verticais seria bem menor que nas comuns, pois as plantas ficam protegidas de secas, geadas e tempestades. E, teoricamente, dá para plantar qualquer coisa em qualquer época do ano, já que os fazendeiros controlam a temperatura e a humidade do ambiente.
Dickson reforça: “A produtividade da agricultura indoor costuma ser 6 vezes mais alta do que a tradicional. Mas as experiências feitas até hoje, em estufas, são em pequena escala. Em grandes quantidades, com controle absoluto das condições e plantando culturas que se complementam, podemos ser ainda mais eficientes”.
Os prédios também seriam capazes de produzir outro bem quem tende a ficar escasso: água doce. Dickson quer usar as plantas como filtros naturais, que transformariam água de esgoto, que vai para a irrigação das hortas, em algo 100% potável (veja ao lado). Seja como for, resta saber se a agricultura de arranha-céu é viável. “Um dos maiores problemas é imaginar uma forma de levar a colheita para fora”, diz Dickson. Outro porém é o mercado.
O preço de uma construção dessas beira US$ 1 bilhão, ou seja: diante do que alguém pode lucrar hoje vendendo frutas e verduras, ainda vamos esperar um bom tempo para ver se a idéia vinga. [Leia+]
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