quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Dores musculares pós-atividade física não seriam causadas por ácido láctico

via G1 > Ciência e Saúde



Fisiologista do São Paulo desmistifica idéia e afirma que solução estaria na suplementação. Processo inflamatório seria o real responsável pelas dores do dia seguinte.

Engana-se quem acredita que a dor muscular que aparece no dia seguinte a alguma atividade física mais intensa seja provocada pelo acúmulo de ácido láctico.

De acordo com o fisiologista Turíbio Leite de Barros um dos maiores especialistas em medicina esportiva no país , o fenômeno não tem nada a ver com intoxicação das células pela substância, mas sim com um quadro inflamatório dos tecidos musculares.

Causada por esforço físico intenso ou por movimentos bruscos e não habituais que podem estar presentes no cotidiano até no ato de segurar uma criança nos braços, esse tipo de dor muscular é comumente atribuído ao ácido láctico. Um erro cometido por leigos e por quase todos os profissionais da saúde.

Não que a associação do ácido láctico a dores relacionadas à atividade física seja equivocada. Ele tem sua parcela de culpa. Porém, estudos recentes descobriram que a substância é eliminada do organismo cerca de duas a três horas depois do término do exercício.

Portanto, o ácido láctico seria responsável apenas pelas sensações imediatas, durante e logo após a atividade, como explicou o fisiologista. "Ardência e dor aguda momentânea são ações do ácido láctico e causam dor de efeito imediato.

Nos sintomas manifestados no dia seguinte e até 72 horas depois da prática física, os verdadeiros responsáveis seriam os chamados microtraumas, que desencadeiam um processo inflamatório no organismo cerca de 24 horas após a atividade.

O efeito seria causado pela liberação da enzima CK na corrente sangüínea, a partir do rompimento de membranas celulares presentes nos músculos.

Segundo o fisiologista, que desde 1986 atua no São Paulo Futebol Clube, as dores decorrentes dessa lesão química importante para esportistas e pessoas que buscam o crescimento muscular pode ser amenizada com a administração de vitaminas e minerais.

A suplementação, segundo Barros, protegeria o músculos dos traumas do exercício intenso ao impedir o rompimento das membranas celulares a partir da neutralização dos radicais livres.

"Quanto mais exercício o indivíduo faz, mais radicais livres no organismo e maior a necessidade de antioxidantes", disse.

Para prevenir as dores seria necessário, então, alimentar o organismo com compostos que ele não produz e que dificilmente conseguimos suprir somente por meio das refeições.

O consumo de vitaminas e minerais nas dosagens recomendadas seria, de acordo com o fisiologista, a melhor resposta para combater o problema . "Se for possível neutralizar o radicais livres, o quadro de dor vai melhorar, sem impedir o remodelamento dos músculos.

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