As áreas do cérebro que processam a memória poderiam determinar por quê alguém pode ter certeza de algo que nunca aconteceu, segundo estudo publicado nesta terça-feira.
A descoberta poderá ajudar os médicos a avaliar melhor as mudanças na memória que acompanham o envelhecimento, e possivelmente levar a novas informações sobre o Mal de Alzheimer, segundo o principal autor do estudo, o neurocientista Robert Cabeza, do Centro Médico da Universidade Duke.
Tentando entender porque algumas pessoas com freqüência falam em fatos que nunca aconteceram - as chamadas memórias falsas -, Cabeza e sua equipe examinaram o cérebro de voluntários saudáveis enquanto faziam exercícios de memória.
Os resultados mostram que voluntários com lembranças precisas de um evento apresentaram atividade crescente no lóbulo temporal, na base do cérebro, que se concentra em atos sobre um evento passado.
Já os voluntários que tinham certeza sobre recordações falsas mostraram atividade intensa na rede frontal parietal impressionista (impressionistic front parietal network, FPN), também na base do cérebro, que tende a processar o sentido geral de um evento, sem detalhes.
"A memória humana não é como a memória de um computador, não é completamente correta o tempo todo", explicou Cabeza. "Há muitas ocasiões nas quais nos sentimos fortemente convencidos sobre acontecimentos do passado, mesmo quando estes podem não ter ocorrido de fato".
O estudo demonstrou que, quando o cérebro envelhece, perde a habilidade de recordar fatos rapidamente, mas não impressões gerais. "As lembranças específicas não duram para sempre, o que perdura não são os detalhes específicos, mas sim impressões mais globais ou gerais", afirmou Cabeza.
"No entanto, pacientes com Alzheimer tendem a perder os dois tipos de memória, o que poderia ser uma boa ferramenta para um diagnóstico precoce", concluiu Cabeza.
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