Quem são os parentes mais próximos dos primatas? Até agora o debate científico sobre essa questão gerava mais polêmicas que respostas. Mas uma análise genômica feita por um grupo internacional de pesquisadores colocou fim às especulações: os animais mais próximos dos primatas são os colugos (Cynocephalus variegatus).
O estudo foi publicado na edição desta sexta-feira (2/11) da revista Science. Também conhecidos como lêmures-voadores, esses mamíferos arbóreos do sudeste asiático não são lêmures, nem voam.
Mas o principal traço distintivo desses animais, cuja aparência lembra a de um grande esquilo, é a membrana que se estende entre seus membros, dando-lhes a capacidade de planar entre os galhos das árvores.
A equipe coordenada por Jan Janečka, do departamento de Biociências Veterinárias da Universidade A&M, do Texas (Estados Unidos), comparou o indel (tipo de variação de seqüências de DNA, onde uma unidade foi inserida ou apagada do genoma) dos três membros do ramo dos Euarcontes – primatas, colugos e musaranhos – com o de outras 30 espécies de mamíferos.
Os primatas e os colugos compartilham sete dessas raras mudanças genéticas, enquanto outras espécies de mamíferos compartilhavam no máximo um indel com os primatas. Um dos co-autores do estudo, William Murphy, qualifica essas mudanças como “assinaturas históricas de relacionamentos”.
No segundo estágio da pesquisa, os cientistas utilizaram programas de computador para comparar as semelhanças e diferenças entre 13 mil pares de bases de DNA de cinco ordens próximas – os membros do grupo dos Euarcontes (primatas, dermópteros e scandentia) e as ordens dos roedores e dos lagomorfos (que inclui coelhos e lebres).
Novamente, os dados computacionais revelaram que os colugos e os primatas eram os parentes mais próximos. Segundo a equipe, a descoberta indica que os colugos deveriam ser incluídos na lista de animais prioritários para um seqüenciamento genômico completo. [Leia+]
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