quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Impacto dos aerossóis sobre o clima ainda é pouco conhecido

Inovação Tecnologica

Murilo Alves Pereira
Agência FAPESP


A influência dos aerossóis na formação de nuvens e sua conseqüente relação com o clima da Terra é uma das principais questões a serem resolvidas pelos cientistas para compreender as mudanças climáticas. A afirmação é de Paulo Artaxo, professor titular do Departamento de Física Aplicada da Universidade de São Paulo (USP).

"Conhecemos pouco sobre a ciência que está por trás dos aerossóis, mas essas partículas são determinantes para entender os impactos das mudanças climáticas no planeta", disse Artaxo durante o 11º Congresso Brasileiro de Geoquímica.

Segundo ele, a grande concentração de nuvens no Brasil torna ainda mais expressivos tais estudos. Os aerossóis podem ser formados naturalmente pelas florestas ou emitidos por ação antropogênica. Da emissão por queima de combustíveis fósseis às altas taxas de desmatamento na Amazônia, é perceptível a influência do homem no aumento da concentração dessas partículas na atmosfera.

"Serão precisos muitos estudos ainda para compreender o funcionamento da atmosfera", destacou Artaxo. Baseado nos estudos do LBA, ele explica que, caso a ocupação territorial desordenada continue, as emissões provenientes das queimadas poderão ser o dobro daquelas oriundas de uma Amazônia explorada sustentavelmente.

Questionado pelo geólogo Hubert Roeser, da Universidade Federal de Ouro Preto, sobre as incertezas dos dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), Artaxo reconheceu que a questão é tema de muita controvérsia entre os cientistas. "Há muitas dúvidas, mas isso não quer dizer que nós não devemos fazer nada." [Leia+]

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