terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cientistas criam reator que pode produzir oxigênio na Lua



via
Terra
Nature

Cientistas de Cambridge, Reino Unido, desenvolveram um reator que pode produzir oxigênio a partir de rochedo lunar - uma tecnologia vital se os planos de criar uma base na Lua decolarem. Seja com o intuito de explorar os recursos da Lua ou usar o satélite como um ponto de lançamento para explorar lugares mais distantes do espaço, os ocupantes de qualquer base lunar precisarão de oxigênio para sobreviver.

O transporte do gás para a Lua seria extremamente caro podendo chegar a custar até US$ 100 milhões por tonelada segundo algumas estimativas, por isso os pesquisadores estão examinando maneiras potencialmente mais baratas de produzir oxigênio na própria Lua.

A Nasa investiga há anos maneiras de obter oxigênio a partir de rochedo lunar. Em 2005, como parte de seu programa Desafios Centenários, a agência ofereceu um prêmio de US$ 250 mil à primeira equipe que desenvolvesse um kit capaz de extrair cinco quilogramas de oxigênio em oito horas de uma rocha lunar artificial.

Agora, Derek Fray, químico de materiais da Universidade de Cambridge, Reino Unido, e seus colegas elaboraram uma possível solução, modificando um processo eletroquímico inventado por eles em 2000 que extrai metais e ligas de óxidos metálicos. O processo utiliza os óxidos - também encontrados em rochas lunares - como um cátodo, junto de um ânodo feito de carbono. Para que a corrente flua pelo sistema, os eletrodos são depositados em uma solução eletrólita de cloreto de cálcio fundido, um sal comum com ponto de fusão de quase 815,5ºC.

Nos testes, Fray e seus colegas usaram uma rocha lunar artificial chamada JSC-1, desenvolvida pela Nasa. Fray prevê que três reatores, cada um com cerca de 90 cm de altura, seriam o suficiente para gerar uma tonelada de oxigênio por ano na Lua. Três toneladas de rocha serão necessárias para produzir cada tonelada de oxigênio e, nos testes, a equipe viu uma recuperação de oxigênio de quase 100%, ele conta. No início de agosto, Fray apresentou os resultados no Congresso da União Internacional de Química Pura e Aplicada, em Glasgow, Reino Unido. [Leia+]

"Uma técnica similar de extração de oxigênio está sendo desenvolvida por Donald Sadoway, do Instituto de Tecnologia Massachusetts, em Cambridge, Massachusetts, mas seu processo funciona a uma temperatura muito maior, que pode chegar a até 1593ºC o que significa que a rocha lunar seria derretida, podendo atuar como o próprio eletrólito."

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