terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Uma nova mini-idade do gelo se aproxima?



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Pesquisa FAPESP [Online]
por Augusto Damineli
Foto Nasa

A atividade solar tem diminuído nos últimos dois ciclos de manchas e aparentemente vai continuar em baixa no próximo ciclo que está começando. O temor é de que a temperatura na Terra caia como há 300 anos, quando ocorreu a chamada Pequena Idade do Gelo.

A agricultura entrou em colapso na Europa, trazendo muita fome. Pinturas da época retratam paisagens cobertas de neve. O crescimento das sequoias gigantes foi freado, como mostram os anéis anuais de biomassa depositados concentricamente no tronco.

A queda na temperatura, em média de cerca de 0,4°em todo o globo, mas de até 1,5°C em algumas partes do hemisfério Norte durante o inverno, coincidiu com um período de mínima atividade solar, chamado Mínimo de Maunder em homenagem ao astrofísico britânico Edward W. Maunder (1851–1928), que descobriu o fenômeno em 1890.

O número de manchas solares foi muito pequeno entre os anos de 1645 e 1715, a fase mais fria da Pequena Idade do Gelo. Um outro período com menor atividade solar, denominado Mínimo de Dalton, ocorreu no início dos anos 1800, mas foi menos pronunciado e mais breve e não provocou consequências climáticas notáveis. Estudos de isótopos indicam que diversos eventos desse tipo ocorreram nos últimos milênios.

Quando esse ciclo está em épocas de mínimo, como ocorre neste ano, é raro ver uma única mancha solar. Mas, no máximo do ciclo, como em 1990, o Sol chegou a apresentar 180 manchas. No pico do ciclo seguinte, em 2001, o máximo foi menor: 140 manchas. Para o próximo máximo, em 2012/13, a previsão é de que apareçam apenas 80 manchas.

É possível que esse nível baixo de atividade solar se prolongue por mais uma ou duas décadas. Além do possível efeito climático adverso (esfriamento da temperatura da atmosfera da Terra), uma eventual nova mini-idade do gelo poderia mascarar a escalada do aquecimento global e levar a uma redução nas políticas de controle de emissão de CO2. E, quando o Sol voltasse à sua atividade normal, o aquecimento poderia disparar.

Essas erupções, tanto em ondas luminosas quanto em partículas eletricamente carregadas, são os candidatos óbvios para produzir alterações climáticas em nosso planeta. [Leia+]

"Algumas ejeções de plasma solar chegam a interromper as telecomunicações e a causar problemas em sistemas elétricos até o nível do solo terrestre. Mas qual é a cadeia específica de eventos que altera o clima na Terra? É inacreditável que tenhamos descoberto ainda em 1890 um problema que até hoje não foi solucionado."

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