segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Levitação magnética abre nova rota para fusão nuclear



via
Inovação Tecnológica
foto Boxer et al./Nature Physics


Cientistas norte-americanos acreditam ter descoberto uma nova abordagem rumo ao objetivo, ainda elusivo, de domar a fusão nuclear, a fonte de energia das estrelas.

A fusão nuclear tem sido uma meta perseguida por físicos e pesquisadores de energia há mais de 50 anos. Isso porque ela oferece a possibilidade de criação de uma fonte virtualmente infinita de energia sem emissões de carbono e praticamente sem resíduos radioativos.

Ao contrário da fissão nuclear, a reação fundamental das atuais usinas nucleares, quando átomos são quebrados, na fusão nuclear átomos leves são unidos para formar um átomo mais pesado, liberando uma quantidade descomunal de energia.

Mas o desenvolvimento de um reator de fusão tem-se mostrado mais difícil do que inicialmente se pensava. Para explorá-la, será necessário literalmente construir uma mini-estrela artificial. E impedir que tanto calor derreta qualquer coisa com a qual entre em contato é um desafio imenso.

O maior esforço está sendo feito no ITER, que está sendo construído na França, com um custo final que poderá ser três vezes maior do que o LHC. Em 2008, um grupo de cientistas propôs que megalaser seria o caminho mais curto para a fusão nuclear.

Os novos resultados vêm de um dispositivo experimental chamado LDX (Levitated Dipole Experiment). Inspirado em observações feitas a partir do espaço por satélites artificiais, o LDX usa um ímã de meia tonelada, em formato de anel, com o tamanho aproximado de um pneu de caminhão, feito de fios supercondutores enrolados dentro de um recipiente de aço inoxidável.

Este ímã fica literalmente levitando, suspenso por um poderoso campo eletromagnético. Sua função é controlar o movimento de um plasma, um gás de partículas eletricamente carregadas aquecido a 10 milhões de graus Celsius, contido em uma câmara externa de cinco metros de diâmetro.

Com o magneto levitando, o pico central da densidade do plasma foi alcançado em alguns centésimos de segundo, algo muito semelhante ao observado nas magnetosferas planetárias - como nos campos magnéticos que cercam a Terra e Júpiter. [Leia+]

"Como o LDX tem seu princípio inspirado nas observações de magnetosferas planetárias feitas por sondas espaciais, ele poderá fornecer aos astrofísicos novos detalhes sobre esses mecanismos, sem a necessidade de enviar novas sondas ao espaço."

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