quarta-feira, 14 de março de 2007

Cientista apaga memória de roedor traumatizado


via
Folha Online

"Um grupo de pesquisadores conseguiu apagar com sucesso a memória traumática de ratos condicionados a sentir medo sem afetar outras lembranças do animal. O experimento elaborado pelo neurocientista Joe LeDoux, da Universidade de Nova York deve ajudar a pesquisa de tratamentos contra fobias e distúrbios ligados a traumas emocionais, afirma a equipe de pesquisa.

Em estudo publicado ontem pela revista 'Nature Neuroscience', os cientistas mostram como deixaram ratos traumatizados com o som de uma campainha aplicando choques no animal cada vez que o ruído soava e depois usaram uma droga para 'curá-los'.

Para saber se as cobaias estavam esquecendo apenas o trauma alvejado pelo tratamento --sem perder outras memórias--, os cientistas induziram nelas o medo de uma segunda campainha, com som diferente. Ao final, elas eram tratadas apenas contra o medo da primeira, para comparação.

A estratégia foi aplicar uma droga indutora de amnésia (a U0126, proibida para uso em pessoas) ao mesmo tempo em que a campainha 1 soava para amedrontar novamente os animais já traumatizados. A droga, que age sobre uma estrutura cerebral chamada amígdala envolvida na associação de memórias a emoções apagou apenas a recordação que estava sendo ativada no momento.

Depois do experimento, os animais não temiam mais o som da campainha 1, mas ainda ficavam paralisados só de ouvir soar a campainha número 2. Isso, diz o grupo, mostra que em tese é possível apagar memórias de medo seletivamente.

Estresse pós-traumático

Apesar de a droga usada no experimento não ser aplicável em humanos, os cientistas afirmam que um tratamento semelhante pode vir a ser usado para em pacientes de TEPT (transtorno do estresse pós-traumático).

Os portadores deste mal psiquiátrico comum em veteranos de guerra têm constantes pesadelos e "flashbacks" dos traumas que viveram. Muitas vezes eles associam esses eventos a elementos do dia-a-dia e não conseguem retomar a vida normal.

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