da France Presse, em Paris
Uma equipe de cientistas americanos diz ter conseguido clonar pela primeira vez os embriões de macacos e, com isso, produzir duas linhagens de células-tronco embrionárias, uma novidade no estudo dos primatas, anunciou nesta quarta-feira a revista científica 'Nature'.
Este resultado pioneiro entre os primatas pode abrir a possibilidade de aplicar uma técnica similar no homem, com o objetivo de produzir células-tronco que possam ser utilizadas para reparador tecidos lesionados, segundo os pesquisadores.
Os embriões dos macacos foram obtidos graças a uma técnica de clonagem que envolve a transmissão de núcleos de células somáticas, um procedimento similar ao utilizado em 1996 com a ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado.
Nesta técnica, se substitui o DNA do núcleo de um óvulo pelo material genético que se encontra na célula do macaco que será clonado.
Mas no caso destes macacos, não se trata de uma clonagem reprodutiva que tenha dado lugar ao nascimento de macacos clonados.
O objetivo dos cientistas era extrair dos embriões de poucos dias as células-tronco embrionárias capazes de se multiplicar indefinidamente, originando certas linhas celulares. Este tipo de clonagem é classificada como terapêutica.
As células-tronco embrionárias são capazes de se diferenciarem para substituir qualquer outra família de células (nervosas, cardíacas, epidérmicas, por exemplo) do corpo.
As linhagens de células-tronco embrionárias obtidas nos macacos têm o mesmo patrimônio genético que o doador dos cromossomos inseridos no núcleo do óvulo. A aplicação do mesmo processo para a produção de células-tronco embrionárias do homem poderia evitar os riscos de rejeição das células ou de tecidos transplantados.
Na experiência, dirigida pela equipe da Universidade de Ciências e de Medicina de Oregon, liderada por Shoukhrat Mitalipov, biólogo de origem russa, os 304 óvulos de macaca utilizados geraram 35 embriões nos primeiros dias de seu desenvolvimento celular, o que permitiu dar origem a duas linhagens de células embrionárias.
Se o número de linhagens obtido for comparado com o de óvulos utilizados, a taxa alcançada de resultados positivos estes números chega a apenas 0,7%.
A revista "Nature" adiantou a publicação do artigo, explicando sua decisão pela "especulação" acerca destas pesquisas, já que vários artigos falavam sobre o sucesso da equipe americana nos últimos dias.
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