quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Índia planeja construir usina nuclear "ecológica"

via Terra Ambiente

A Índia, que controla um quarto das reservas mundiais de tório, quer usar o metal como substituto do urânio, garantindo assim a sua independência energética. O país pretende iniciar nas próximas semanas a construção de um reator-protótipo, que funcionará com água pesada e tório e criará um novo caminho para a geração civil de energia nuclear.

O primeiro reator desse tipo para uso comercial poderia entrar em uso em 2020. O projeto indiano é um dos poucos no mundo a considerar seriamente essa alternativa aos combustíveis tradicionais do setor nuclear, o urânio e o plutônio. A utilização do tório no ciclo de combustão nuclear oferece numerosas vantagens aos cientistas e engenheiros.

O mineral gera volume de detritos radiativos mais de 50% inferior ao do urânio, e está disponível em quantidade muito maior. As reservas indianas de tório foram estimadas em 290 mil toneladas, ante apenas 70 mil toneladas para as de urânio.

Além disso, ao ritmo de consumo atual, as reservas mundiais identificadas de urânio podem estar esgotadas dentre de 50 a 70 anos, a não ser os países adotem sistemas de regeneração de combustível nuclear usado, um projeto que a França está empreendendo no programa Superphénix.

Para atender à elevação das necessidades energéticas no país e no mundo, não restará à Índia outra alternativa que não procurar recorrer ao tório. O país pretende ampliar a participação da energia nuclear em sua geração de energia elétrica a 25%, em 2050, ante a proporção atual de 3,7%, mas lhe falta urânio.

A Índia não dispõe, em seu subsolo, de mais que 1% das reservas mundiais desse elemento, e não está autorizada a importar o metal desde 1974, quando conduziu seu primeiro teste nuclear. [Leia+]

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