quinta-feira, 22 de novembro de 2007

ONU admite não conhecer estágio de programa nuclear iraniano

via Estadao

Segundo diretor-geral da AIEA, tentativas de ocultar atividades no passado impedem garantias no presente

Efe

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou nesta quinta-feira, 22, que o costume iraniano de esconder suas atividades nucleares impede que a ONU tenha garantias sobre o atual estágio do programa nuclear do país.

A declaração foi feita pelo diretor-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei, durante a reunião periódica do órgão em Viena.

Segundo ElBaradei, o Irã deve ser mais "ativo" ao fornecer informações sobre seu programa nuclear e acelerar o ritmo de cooperação com os inspetores internacionais.

ElBaradei também afirmou que os prazos do acordo assinado com o Irã sobre o esclarecimento de certos assuntos pendentes estão sendo "cumpridos", mas ressaltou a necessidade da "suspensão" do seu programa de enriquecimento de urânio, como é exigido pelo Conselho de Segurança da ONU.

Está em vigor desde agosto um acordo entre a AIEA e a República Islâmica para esclarecer as atividades nucleares do país, que estão sob suspeição internacional desde a descoberta de que o Irã ocultou parte de suas pesquisas atômicas durante 18 anos.

Potências ocidentais lideradas pelos Estados Unidos afirmam que o objetivo do Irã com o programa é construir armas de destruição em massa. Teerã rejeita a acusação, e defende-se argumentando que suas atividades buscam permitir com que o país torne-se auto-sustentável na produção de energia nuclear.

De acordo com ElBaradei, a cooperação para conhecer o alcance e a natureza do programa atômico iraniano está "progredindo bem" e os prazos estabelecidos pelo acordo entre as partes "estão avançando segundo o calendário" estipulado.

No entanto, "o conhecimento de aspectos específicos do atual programa nuclear iraniano está diminuindo" desde 2006, continuou o diretor-geral da AIEA.

Por isso, os inspetores "precisam ter a máxima clareza não só sobre o passado, mas igual ou mais importante, sobre o presente", acrescentou. [Leia+]

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