Britânicos descobriram proteína essencial para recuperação de membros perdidos. Uso em pessoas ainda é sonho distante, mas descoberta dá o primeiro passo.
Cientistas encontraram a chave que permite que as salamandras regenerem membros perdidos: uma proteína, que, no futuro, pode ajudar a pesquisa em medicina regenerativa humana.
Os biólogos sempre foram intrigados pela habilidade das salamandras de regenerar partes do corpo perdidas. Exatamente como elas faziam isso, no entanto, não estava claro.
Agora, uma nova pesquisa feita por um grupo britânico e publicado na revista “Science” nesta quinta-feira (1) mostra que uma proteína chamada nAG, secretada por células nervosas e da pele, tem um papel central na produção de uma massa de células imaturas, o blastema, que regenera a parte perdida.
A importância da nAG foi demonstrada pelo fato de que mesmo quando um nervo era danificado abaixo da raiz, o que normalmente impediria a regeneração, os cientistas conseguiram incentivá-la ao forçar, articialmente, a produção da proteína.
Anoop Kumar e seus colegas do University College de Londres afirmam, no estudo, que a descoberta pode “ser promissora para esforços futuros de promoção da regeneração de membros em mamíferos”.David Stocum da Universidade de Indiana afirma que o feito poderia a ajudar a explicar por que os mamíferos têm capacidades de regeneração limitadas, e, assim, auxiliar diretamente a medicina regenerativa.
Um entendimento claro dos sinais moleculares envolvidos na formação do blastema e na regeneração de membros pode, eventualmente, permitir que médicos programem comportamentos parecidos em partes do corpo que antes não se regenerariam.
“Quando isso pode ser possível, especialmente em humanos, é difícil determinar, mas a adição da nAG no repertório de susbtâncias necessárias é um avanço importante”, diz Stocum.
As salamandras são capazes de manipular seus corpos ao transformar células comuns em células-tronco e, então, em células adultas novamente.
É um truque muito esperto, mas entender como elas fazem isso não significa que humanos serão capazes de copiá-las e regenerar braços e pernas perdidos, segundo Jeremy Brockes, um dos autores do trabalho.
“Seria muito desejável que a medicina regenerativa entendesse a especificação do blastema e tentasse recriá-la no contexto dos mamíferos. Mas ainda estamos muito longe de podermos fazer isso”, afirmou ele.
A medicina regenerativa é um campo de pesquisa em crescimento, com um foco importante nas células-tronco, aquelas que agem como fonte de várias células e tecidos no organismo.
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