via G1 > Ciência
Equipe 'soletrou' pela primeira vez DNA da espécie, que tem tamanho igual ao do humano. Seqüência 'expressa' deve ajudar a estudar doenças em bichanos e pessoas.
Rivalidades à parte, todo gato é, no fundo, 80% cachorro pelo menos geneticamente. Essa é a mais pitoresca (embora talvez não a mais importante) das informações obtidas pelo seqüenciamento (ou seja, a "soletração") do genoma do felino, que está sendo publicado hoje por uma equipe internacional de cientistas.
Com isso, o bichano, ou Felis catus, como preferem chamá-lo os biólogos, torna-se mais uma espécie de mamífero a ter seu genoma soletrado, ao lado de humanos, chimpanzés, ratos, camundongos e cães, entre outros.
A equipe de pesquisa liderada por Stephen J. O'Brien, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, espera que a seqüência de DNA dos gatos ajude tanto felinos quanto humanos.
Os dados genéticos podem ser úteis para atacar doenças comuns entre bichanos, mas também para entender moléstias humanas (eles têm sua própria versão da Aids, por exemplo, além de uma série de males genéticos parecidos com os nossos).
A pesquisa, que sai nesta quinta (1) na revista científica "Genome Research", só pôde acontecer graças a uma simpática gata abissínia chamada Cinnamon ("Canela", em inglês), que vive num gatil da Universidade do Missouri. Cinnamon doou seu sangue felino para que os cientistas extraíssem o DNA e lessem, uma a uma, as "letras" químicas A, T, C e G que o compõem.
Aliás, a equipe já tinha descoberto a origem genética da retinite pigmentosa, uma doença degenerativa que pode levar à cegueira tanto em pessoas quanto em gatos, ao analisar uma porção mais localizada do genoma de Cinnamon (a doença, infelizmente, costuma aparecer na família da bichana, segundo revela seu pedigree). [Leia+]
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