quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Aquecimento altera a geografia da agricultura

Gazeta Mercantil

Fabiana Batista e Neila Baldi

As áreas aptas ao cultivo de lavouras podem ser reduzidas em um terço caso a temperatura média do Brasil suba 0.3º até 2020, prevê a Embrapa.

Por conta do aquecimento global, desde 1990 a temperatura subiu em média 0,7º e provocou graves alterações nas características de algumas regiões, como ocorreu em 69 municípios do Rio Grande do Sul. Em nove safras, essa região agrícola sofreu cinco secas, com danos à produtividade das lavouras locais de soja.

O pesquisador de Mudanças Climáticas Globais da Embrapa, Giampaolo Queiroz Pellegrino, explica que o estudo não leva em conta eventuais avanços tecnológicos, como o desenvolvimento de variedades de plantas resistentes à seca.

Coincidência ou não, migrações de cultivo já estão ocorrendo, por exemplo, na cultura do café em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, ressalta Pellegrino. Essas são as lavouras mais vulneráveis às mudanças climáticas. Muitos agricultores estão erradicando suas plantações nas baixadas e as transferindo para as localidades de maior altitude.

Se a alteração do clima preocupa a médio prazo, no curto prazo o fenômeno climático La Niña já não está sendo visto como uma ameaça. Segundo Paulo Etchitchury, da Somar Metereologia, o regime de chuvas na maioria das regiões produtoras do País será o típico de verão. As freqüentes precipitações garantem boa reserva hídrica para as lavouras.

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