domingo, 15 de julho de 2007

Aubrey de Grey, pesquisador britânico diz que é possível que uma pessoa com 55 anos viva hoje seja a primeira a comemorar seu milésimo ano de vida.

via Paranhana On-line

Aubrey de Grey, pesquisador britânico, que se define como "gerontologista biomédico", da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, propôs um conjunto de estratégias diferentes contra a velhice. Grey diz que é possível que uma pessoa com 55 anos viva hoje seja a primeira a comemorar seu milésimo ano de vida.



A proposta, nem um pouco modesta, foi feita durante o encontro anual da AAAS (Associação Americana para o Progresso da Ciência, na sigla inglesa), em Saint Louis. Grey diz que é preciso deixar de lado a idéia de que exista uma única solução mágica para deter o avanço da velhice e se concentrar no que ele chama de "enfoque de engenharia": resolver os probleminhas do dia-a-dia do organismo que acabam levando à debilidade e à morte. Grey já tem até um número: "Considero que existe uma chance de 50% de que, nas próximas duas décadas, consigamos criar terapias capazes de aumentar em 25 anos a expectativa de vida das pessoas de meia-idade", disse ele. Se a previsão se confirmar, isso já daria aos pesquisadores o que ele chama de "velocidade de escape da longevidade". Ou seja: os 25 anos a mais seriam suficientes para que tecnologias ainda mais avançadas surgissem, tão potentes que uma nova rodada de tratamentos tornaria os cinqüentões, agora com seus 80 anos, virtualmente imortais.

Grey, 42, de barba e cabelos longos e já grisalhos, baseia sua estratégia guerrilheira nos aparentes sucessos na luta contra o envelhecimento, já conseguidos em animais. Bichos como camundongos, vermes e moscas-das-frutas já chegaram a gozar, em laboratório, do equivalente a várias vezes a sua longevidade normal, mas de um jeito um tanto radical. Passavam por restrição calórica -ou seja, tinham sua dieta reduzida a níveis de fome o tempo todo- ou por modificações genéticas que simulavam o processo. Além do óbvio desconforto de viver faminto, essa abordagem tem uma série de outros problemas, conta Steven Austad, da Universidade do Texas em San Antonio.

"Em todas essas tentativas, nós vemos uma diminuição da fertilidade, dificuldade para lidar com baixas temperaturas e susceptibilidade a doenças infecciosas", diz Austad. E ninguém ia querer parecer jovem aos 70, mas morrer de resfriado. "É por isso que temos de adotar uma estratégia de dividir e conquistar", argumenta Grey. Ele e Austad concordam que o envelhecimento e a morte são só o extremo final de um lento processo de acúmulo de danos e imperfeições na maquinaria do organismo. [full]

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