via Terra
Uma barata silvadora de Madagascar, viva; um gigantesco nariz azul que espirra um líquido sobre os visitantes; uma viga sobre a qual os espectadores se acomodam precariamente; crônicas de epidemias; criaturas que mordem e picam; imagens no sistema Imax do furacão Katrina atingindo as regiões rurais da Louisiana.
Esses são sinais de um mundo agressivo e ocasionalmente perturbador, que surgem com o ambicioso projeto de reforma do Liberty Science Center, em Jersey City, um projeto que custou US$ 109 milhões.
O centro, reinaugurado na quinta-feira depois de dois anos de construção, foi repensado e reformado, com o objetivo de nada menos que reinventar o conceito de museu de ciências.
Uma das características dessa reinvenção é que, apesar de todas as ameaças de cataclismos, nada é tão agressivo ou perturbador quando a espécie que está efetivamente dando forma a essa empreitada de estudo. Os seres humanos criaram o aquecimento global ("quanto estrago você pode causar?", pergunta uma tela interativa de vídeo) e destroem habitats (eles representam "o mais sério perigo" para os grandes predadores do mundo). Por sua vez, sofrem ameaças regulares de micróbios. (As chegadas e partidas de pandemias estão expostas como um quadro de partida de aviões ¿e aviões, como sugere a reprodução de uma cabine de passageiros, podem de fato servir como incubadores de doenças transmissíveis).
Ah, as dificuldades de ser humano na era dos novos museus de ciência! Houve um tempo em que esse tipo de instituição era baseado em coleções de objetos que a ciência havia criado, usado ou estudado. A ciência era uma empreitada que requeria disciplina e espírito criador; era um tanto incômoda, porque parecia um tanto impessoal naquilo que buscava, mas também um tanto heróica, porque oferecia tantos mistérios e tamanhas possibilidades. [full]
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