Comportamentos aparentemente opostos se complementaram na história. Pesquisador, no entanto, diz que humanidade pode escolher ser uma espécie melhor.
Para desespero dos pacifistas, o altruísmo pode ter só se desenvolvido por causa da guerra. É o que afirmam dois pesquisadores, que analisaram a evolução das comunidades humanas, em um estudo publicado na última edição da revista “Science”. De acordo com o trabalho, a boa vontade em relação aos membros de um grupo se desenvolveu ao mesmo tempo em que a hostilidade em relação a quem era de fora.
Ajudar os membros de seu grupo mesmo em prejuízo próprio é uma característica típica dos seres humanos. Assim como a hostilidade aos membros de um grupo diferente, seja ele um país, uma raça, uma religião ou um time de futebol.
Quem é altruísta, no entanto, não costuma ser visto como uma pessoa hostil a quem é diferente. E quem diz ou faz grosserias contra rivais não é exatamente considerado alguém que faz o bem sem pensar em si mesmo. As pessoas simplesmente não conectam os dois comportamentos. Mas, para Jung-Kyoo Choi, da Universidade Nacional da Coréia do Sul, e Samuel Bowles, do Instituto Santa Fé, nos EUA, eles estariam, sim, ligados
O costume de se concentrar apenas dentro de seu próprio grupo é chamado de “paroquialismo”. Em seu trabalho, os pesquisadores cunham a expressão “altruísmo paroquial”, para unir os dois conceitos. A dupla usou simulações de computador para acompanhar a evolução de grupos humanos durante o Pleistoceno (entre 1,8 milhão e 11 mil anos atrás) e o começo o Holoceno (de 11 mil anos atrás até hoje).
Os cientistas observaram que a evolução conjunta dos dois comportamentos pode ter ocorrido porque o altruísmo interno ajudou os primeiros grupos a vencer conflitos causados pela hostilidade externa. Sem um, o outro não existiria.
Os autores ressaltam, no entanto, que só porque os primeiros grupos humanos agiam assim no passado não é motivo para acreditar que devemos fazer o mesmo no presente ou no futuro. “Nosso legado não é nosso destino”, afirmou Bowles ao G1. “Se os humanos agem de forma hostil hoje e no futuro não é por causa do processo evolucionário que nos trouxe até aqui. A história nos traz muitos exemplos em que a violência contra os outros é inteiramente redirecionada e, às vezes, completamente eliminada”, diz ele.
“Ao contrário dos outros animais, nós podemos escolher que espécie queremos nos tornar e (dentro de certos limites, é claro) influenciar no comportamento através da educação, da criação e do exemplo”, afirma o cientista.
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