Por Rodrigo Martin de Macedo
Will Wright, uma das figuras mais importantes do design de jogos eletrônicos, pediu para que se encerrasse o ferrenho debate a respeito dos perigos dos games para as crianças.
Em entrevista ao site The Guardian, o designer afirmou acreditar haver uma discrepância entre as gerações de pessoas que jogam e daquelas que não. 'Eu acho que a aceitação cultural dos jogos é inevitável apenas porque as pessoas terão crescido com esta tecnologia', argumentou.
A opinião de Wright conta bastante, já que sua mais recente franquia de jogos, The Sims, é tida como a mais bem sucedida dos videogames, com vendas que ultrapassam 30 milhões de unidades no mundo inteiro. Entre seus outros jogos de classificação livre estão a série SimCity e o ainda não lançado Spore, que simula a evolução de seres e do universo desde um organismo unicelular.
Para o designer, que hoje tem 47 anos, não há muitas diferenças entre os julgamentos errôneos que se faz dos jogos hoje, com os que já aconteceram com filmes e livros. "Se há um tiroteio em uma escola, é sempre um caso de ´eles jogaram games ou não?` Você não ouve muito sobre que filmes eles assistiram ou que livros leram. Mas, há 50 anos era exatamente isto que se ouvia `ele leu To Kill A Mockinbird?´ ou o que fosse. Eles atribuiriam culpa pelos problemas sociais a qualquer coisa que estivesse à mão", explicou.
O debate a respeito da influência dos videogames no comportamento dos jovens esquenta. Nesta semana o governo britânico começou a investigar os efeitos dos jogos e da internet nas crianças do país, coletando evidências de pais e filhos.
Wright, entretanto, acredita que a indústria não deve se limitar a encher o mercado de jogos cheio de violência gráfica. "A indústria sequer começou a compreender seu potencial enquanto isto nós precisamos educar o público com relação ao que isto pode eventualmente se transformar ", declarou o programador interessado em ver como os jogos tornar as pessoas mais envolvidas no mundo real.
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