quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Desafio em Bali é determinar metas pós-Kyoto

Folha Online

A 13ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática começou nesta segunda-feira (2) em Bali, na Indonésia, com a missão de determinar as bases de um compromisso mundial que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

Um dos pontos-chave é tentar convencer os Estados Unidos, que se recusou a ratificar Kyoto, a participar do acordo. A delegação norte-americana chegou a Bali afirmando que não será um 'obstáculo' para o novo acordo, mas o país continua contrário a questões como cortes obrigatórios às emissões de gases poluentes por parte dos países desenvolvidos e o estabelecimento de uma meta para o crescimento nas temperaturas globais.

Entretanto, a posição do país ficou enfraquecida nesta segunda-feira, quando o novo primeiro ministro da Austrália, Kevin Rudd, assinou o instrumento de ratificação do Protocolo de Kyoto, imediatamente após tomar posse do cargo. A medida deixa os americanos isolados nessa posição de recusa do protocolo, sendo a única potência industrial mundial que não ratificou Kyoto.

"Os Estados Unidos têm intenção se serem flexíveis e trabalharem de modo construtivo para um plano em Bali", afirmou o líder da delegação do país, Harlan Watson, se referindo à expectativa de que a atual conferência seja o primeiro passo de uma negociação de dois anos para a construção de um novo acordo sobre a questão da mudança climática.

"Nós respeitamos a decisão que outros países tomaram e, claro, pedimos que eles respeitem a nossa decisão", afirmou Watson, em uma coletiva de imprensa.

Ele apresentou um relatório detalhando as formas como o país está lutando contra o aquecimento global, sem aderir a metas obrigatórias de redução de emissões.

Antes, representantes de outros países fizeram uma salva de palmas de quase um minuto ao serem informados de que a Austrália rafificou o Protocolo de Kyoto.

Entre os pontos mais polêmicos está a discussão sobre se as metas de redução de poluentes devem ser obrigatórias ou voluntárias. Outra discórdia deve se formar em torno de quanto países em crescimento como Índia e China vão ter de reduzir em suas emissões, e como o mundo vai ajudar os países mais pobres a se adaptarem às novas condições climáticas. [+]

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