O meteorito que caiu no dia 15 de setembro na região de Puno, na fronteira do Peru com a Bolívia, teve sua origem há 4,5 bilhões de anos, na época da formação do Sistema Solar, segundo um estudo de especialistas peruanos.
'É um condrito ordinário de tipo H', disse hoje o diretor de Relações Institucionais do Instituto Geológico, Mineiro e Metalúrgico (Ingemmet), Hernando Núñez del Prado. Ele explicou que asteróides como esse 'estão navegando pelo espaço há bilhões de anos, desde a formação do Sistema Solar'.
Os cientistas chegaram à conclusão após diversos estudos, especialmente graças à análise de isótopos de oxigênio, feita na Universidade de Londres. Segundo o cientista do Ingemmet, o meteorito é comum, do mesmo tipo que 74% dos que caem no planeta. Mas o interessante no seu caso é que os astrônomos sabem a hora e o local exatos do impacto.
"É um caso muito particular. Em 2004 houve outro no Peru, mas demoramos dois anos para encontrar a cratera", lembrou Prado. Mesmo assim, o acesso à cratera e a coleta de mostras não foram fáceis. Os habitantes de Carancas, localidade situada a mais de mil quilômetros de Lima, sofreram "uma espécie de psicose coletiva, com estrangeiros afirmando que o meteorito era um tesouro que valia milhões de dólares", disse o cientista.
Assim, os aldeões ficaram vigiando a área e impediram o acesso à cratera. Após uma reunião com cientistas, permitiram um estudo de magnetismo que confirmou que não havia mais fragmentos do meteorito no subsolo. O polêmico "caçador de meteoritos" americano Michael Farmer chegou ao local semanas depois do impacto e adquiriu 300 gramas do corpo celeste, que depois vendeu pela internet por US$ 50 o grama.
Segundo Prado, o meteorito de Carancas despertou o interesse da comunidade científica internacional. O objetivo agora é preservar a cratera, tanto para seu estudo quanto para uma possível exploração turística.
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