sábado, 29 de março de 2008
Ligando chips e neurônios
via IDG Now!
O desenvolvimento de máquinas que têm comunicação direta com o cérebro humano, começou a ser algo mais próximo à realidade após anúncio feito pela Universidade de Pádua, em março de 2006.
Na ocasião, a equipe coordenada pelo pesquisador Stefano Vassanelli anunciou o desenvolvimento do primeiro nanochip a usar células cerebrais humanas.
O experimento ainda primitivo do grupo do Laboratório de NeuroChip e Eletrofisiologia da universidade italiana fez com que um chip de silício de 1 milímetro quadrado de tamanho se comunicasse diretamente com neurônios humanos.
Para o feito, o grupo ligou o conjunto de transistores e microprocessadores a neurônios humanos por meio de proteínas encontradas no cérebro que faziam a ponte entre o ser vivo e o componente eletrônico.
O mesmo sinal elétrico presente na comunicação entre os neurônios, chamada tecnicamente como sinapse humana, era recebido e interpretado pelo chip e vice-versa.
Fora do campo humano, estudos semelhantes anteriores ao da Universidade de Pádua já haviam integrado o cérebro de animais a sistemas computacionais para a interpretação de comandos básicos.
O mais avançado foi coordenado pelo pesquisador brasileiro Miguel Nicolelis, na Universidade de Duke.
A pesquisa apresentada pelo grupo de Nicolelis e alçada a humanos pela Universidade de Pádua abre precedentes para dois tipos de interação entre o cérebro humano e computadores.
O primeiro usa o homem como base - por meio da tecnologia, distúrbios mentais poderiam ser combatidos ou gerenciados em pacientes por meio da inserção de chips que controlam os impulsos elétricos no cérebro, em efeito similar ao que o marca-passo faz atualmente com o coração.
O segundo dá conta de um computador pensante - a integração de neurônios a um hardware poderia dar origem a computadores que usem células cerebrais humanas para processar tarefas.
O desenvolvimento poderá formular tanto máquinas inteligentes com consciência e auto-regenerativas, o que representaria um grande passo nas pesquisas que envolvem inteligência artificial, como usar seres vivos como meio computacional.
Exemplos práticos já saíram dos laboratórios: a Universidade de Tóquio conseguiu escrever e recuperar dados no DNA da bactéria Bacillus subtili - no caso, a transcrição da fórmula da relatividade anunciada por Albert Einstein em 1915.
A previsão para sua aplicação prática, no entanto, segue o mesmo longo prazo necessário para que os primeiros ciborgues reais invadam as ruas misturando circuitos a nervos e tendões.
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