via Pesquisa FAPESP [Online]por Augusto DamineliFoto NasaA
atividade solar tem diminuído nos
últimos dois
ciclos de manchas e aparentemente vai continuar em baixa no próximo ciclo que está começando. O temor é de que a
temperatura na
Terra caia como há
300 anos, quando ocorreu a chamada
Pequena Idade do Gelo.
A
agricultura entrou em
colapso na
Europa, trazendo muita
fome. Pinturas da época retratam paisagens cobertas de
neve. O crescimento das
sequoias gigantes foi freado, como mostram os anéis anuais de
biomassa depositados concentricamente no tronco.
A queda na
temperatura, em média de cerca de
0,4°em todo o globo, mas de até
1,5°C em algumas partes do
hemisfério Norte durante o
inverno, coincidiu com um período de
mínima atividade solar, chamado
Mínimo de Maunder em homenagem ao
astrofísico britânico
Edward W. Maunder (
1851–1928), que descobriu o fenômeno em
1890.
O número de
manchas solares foi muito pequeno entre os anos de
1645 e
1715, a fase mais fria da
Pequena Idade do Gelo. Um outro período com menor atividade solar, denominado
Mínimo de Dalton, ocorreu no início dos anos
1800, mas foi menos pronunciado e mais breve e não provocou
consequências climáticas notáveis. Estudos de
isótopos indicam que diversos
eventos desse tipo ocorreram nos
últimos milênios.
Quando esse
ciclo está em épocas de
mínimo, como ocorre neste ano, é raro ver uma única
mancha solar. Mas, no
máximo do ciclo, como em
1990, o
Sol chegou a apresentar
180 manchas. No pico do ciclo seguinte, em
2001, o máximo foi menor:
140 manchas. Para o
próximo máximo, em
2012/13, a previsão é de que apareçam apenas
80 manchas.
É possível que esse
nível baixo de
atividade solar se prolongue por mais uma ou
duas décadas. Além do possível
efeito climático adverso (esfriamento da
temperatura da
atmosfera da
Terra), uma eventual nova
mini-idade do gelo poderia
mascarar a escalada do
aquecimento global e levar a uma
redução nas políticas de controle de emissão de
CO2. E, quando o
Sol voltasse à sua
atividade normal, o
aquecimento poderia disparar.
Essas
erupções, tanto em ondas luminosas quanto em
partículas eletricamente carregadas, são os candidatos óbvios para produzir
alterações climáticas em nosso
planeta.
[Leia+]"Algumas ejeções de plasma solar chegam a interromper as telecomunicações e a causar problemas em sistemas elétricos até o nível do solo terrestre. Mas qual é a cadeia específica de eventos que altera o clima na Terra? É inacreditável que tenhamos descoberto ainda em 1890 um problema que até hoje não foi solucionado."