quinta-feira, 7 de maio de 2009

A automação da ciência ameaça o futuro dos cientistas?



via
Inovação Tecnológica

A ficção científica sempre discutiu as consequências indesejáveis de repassar para robôs e computadores as tarefas que se mostrassem complicadas ou perigosas demais para serem feitas pelas mãos humanas.

E os cientistas da vida real estão cada vez mais fazendo exatamente isso, criando sistemas automatizados e equipamentos que podem não apenas ajudar a coletar, organizar e analisar dados científicos, mas também que são capazes de levantar de forma inteligente e independente novas hipóteses e enfoques para as pesquisas feitas em cima dos dados que eles recebem.

Esse admirável mundo novo da pesquisa científica, e suas implicações para a forma como a ciência será feita no futuro, são os temas de um artigo publicado nesta semana por David Waltz (Universidade de Colúmbia) e Bruce G. Buchanan (Universidade de Pittsburgh).

Eles veem todo esse novo quadro como uma tendência promissora, mas alertam que os pesquisadores precisam considerar quais tarefas são mais adequadas para a automação e quais devem continuar sendo assunto de mentes humanas.

Waltz e Buchanan destacam que a automação auxiliada por computador tem sido uma parte da pesquisa científica há décadas, de programas simples que plotam gráficos estatísticos até bases de dados que mantêm e organizam dados científicos.

Todos esses sistemas, contudo, exigem um humano no circuito para formatar a pesquisa, examinar os resultados e determinar como aplicar os resultados nos desafios seguintes.

Agora as fronteiras da automação podem dar a impressão de que o cientista humano tornou-se obsoleto.

Waltz e Buchanan escrevem que "é possível para um programa de computador ... conduzir um procedimento continuamente repetitivo que começa com uma questão, efetua experimentos para responder àquela questão, avalia os resultados e formula novas questões."

Os autores argumentam que esses novos sistemas estão surgindo exatamente quando mais se precisa deles.

Com os sensores e outros instrumentos tornando-se mais inteligentes e complexos, o mundo científico está se inundando de dados, e ter assistentes baseados em computador que possam mergulhar ativamente nesses dados pode ser a única forma de fazê-los adquirir algum sentido. [Leia+]



"A perspectiva de automação da ciência também traz uma série de questões que precisam ser consideradas à medida que estas tecnologias forem disponibilizadas e adotadas em larga escala, ou seja, como nós determinamos o que automatizar, o que deve ser deixado para o homem, e como esta nova pesquisa automatizada irá afetar os resultados e o processo científico."


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