via Último Segundo
Agência Estado
por Rodrigo Martins
Andrea Ortega, de 23 anos, é mais uma entre os 20 milhões de habitantes da cidade que tiveram de parar sua rotina e ficar em casa à fim de se prevenir.
Como todos, ela, uma estudante do último ano de comunicação, perdeu contato físico com amigos e familiares. Como muitos, para matar o tédio e buscar notícias, encontrou em sites como Twitter e Facebook a ligação com o mundo.
Aí teve um estalo. E uma ideia que a destacou na multidão: por que não usar a rede, onde muitos estavam, para captar esse momento extremo e fazer um documentário? Ela, que nunca havia feito um filme, estava sem aulas e passava horas na web, precisava achar um tema para o seu Trabalho de Conclusão de Curso - ela termina a universidade em julho. Daí uma coisa levou à outra.
Assim nasceu o projeto 'Días de Encierro' (Dias de Reclusão, em português), um documentário que nasceu na internet, com material da internet e que terá seu término, a exibição, na internet.
Só que Andrea não se contentou com os textos do Twitter e do Facebook. 'Eu queria ver as pessoas, como encaravam esse momento. Não queria palavras. E veio a ideia: com o mesmo espírito de compartilhamento da web, convidou internautas a mandarem vídeos caseiros contando como se sentiam. Para isso, acionou a sua lista de quase 100 seguidores no Twitter e montou o blog.
Nos vídeos, diz Andrea, há de tudo, desde críticas a como o governo conduziu a crise a brincadeiras. E nos mais diferentes formatos: gravados na webcam, com a câmera do celular ou câmera profissional. 'Ficou muito claro o espírito do mexicano, de fazer brincadeiras mesmo nessas horas. [Leia+]
"Embora de formas diferentes, Andrea diz que os vídeos apontam para o mesmo sentimento, tédio e cansaço do isolamento, o mesmo que ela sentiu. 'O filme é um retrato desses dias. E direcionado totalmente pelas pessoas. Se fossem mais sérias, o filme também seria."
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