via Terra
Cientistas americanos criaram uma espécie de computador vivo, produzido com a bactéria Escherichia coli, uma das mais antigas bactérias presentes no intestino do homem. O resultado foi uma máquina que resolve problemas matemáticos com velocidade maior do que a de um PC que leve um processador de silício.
Segundo o site Slashdot, as bactérias utilizadas foram capazes de resolver um problema clássico da matemática, o Caminho Hamiltoniano, também conhecido como "o problema do caixeiro viajante".
O problema propõe que, dado um número de cidades, um algoritmo matemático qualquer precisa ser criado para calcular o melhor trajeto, de modo que o caminho a ser feito pelo personagem passe por todas as cidades sem repetir nenhuma delas e retornar ao ponto inicial na menor distância e custo possível.
Apesar de comum, esse problema não possui solução simples. De acordo com o site The Guardian um computador convencional precisa testar uma por uma de cada uma das milhões ou até bilhões de possibilidades de resultado. Para cada elemento inserido no problema, o tempo de solução cresce exponencialmente.
Isso inviabiliza o uso dos sistemas computacionais modernos, que podem testar um número limitado de possibilidades ao mesmo tempo - na maioria dos casos, apenas uma ou duas operações simultâneas.
Já um computador formado por milhões de bactérias pode testar todas as possibilidades simultaneamente e continuar se aprimorando, já que não para de crescer. O crescimento do "computador bacterial" pode transformar o tempo polinomial, que cresce exponencialmente, em tempo linear.
Para programar esse computador vivo os pesquisadores precisaram modificar o DNA das bactérias a fim de introduzir o problema matemático. [Leia+]
"A pesquisa foi publicada no Jornal de Engenharia Biológica e também contribuiu com 60 novas partes para o Registro de Peças Biológicas Padronizadas, criado em 2003 pelo MIT para colecionar partes genéticas que podem ser misturadas e combinadas para construir dispositivos e sistemas biológicos sintéticos."
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