domingo, 22 de julho de 2007

Tecnologia recupera discos fonográficos inaudíveis



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Terra - Eletrônicos

Um sistema de recuperação de discos fonográficos - de vinil ou de acetato - está em operação na Biblioteca do Congresso Americano.

O sistema permite reproduzir fonogramas antigos mesmo que o disco esteja completamente riscado ou quebrado. Em vez de empregar a tradicional agulha, os sulcos são 'lidos' opticamente e transformados em um arquivo digital.

O sistema, chamado de IRENE (acrônimo para Image, Reconstruct, Erase Noise, etc. ou, em português, "produzir imagem, reconstruir som, eliminar ruído, etc"), foi instalado na Biblioteca do Congresso Americano em 2006. Segundo o site da rádio nacional norte-americana, a National Public Radio, a técnica é bastante segura no tocante à conservação dos discos antigos, já que não há abrasão provocada pelo atrito da agulha fonográfica. O processo permite ainda recuperar discos que seriam impossíveis de tocar pelo processo tradicional, seja por estarem muito riscados, seja por estarem quebrados em vários pedaços ou mesmo por serem frágeis demais para receber uma agulha.

A técnica é simples, mas engenhosa. Os sulcos contendo a gravação são varridos opticamente, produzindo um arquivo de imagem com o registro do som. Depois, a imagem é processada digitalmente e transformada em um arquivo de som. O IRENE consegue ainda eliminar grande parte do ruído associado a discos fonográficos e ignorar aquelas imperfeições que fazem o disco "pular". O sistema, entretanto, não é perfeito e adiciona certa quantidade de chiado de fundo (hiss).

Contudo, os cientistas que criaram o IRENE já estão trabalhando em um novo protótipo, baseado em imagens 3D, que promete minimizar a geração desse ruído. O sistema tridimensional poderá, ainda, recuperar as gravações de áudio de antigos cilindros de cera, precursores dos discos planos de acetato, que por sua vez precederam os discos planos fabricados em vinil.

O site oficial do sistema IRENE, na Biblioteca do Congresso, é irene.lbl.gov. Lá é possível encontrar amostras em áudio do que já foi feito com o sistema óptico, bem como uma comparação da mesma faixa tocada pelo processo tradicional, usando uma agulha e a gravação original, obtida em estúdio.

Tecnologia semelhante já existe desde 2001 no dispositivo japonês ELP Laser Turntable, um toca-discos a laser, sem agulha, cujo preço recentemente sofreu redução de US$ 15 mil para US$ 9,9 mil. O site do produto é laserturntable.com.

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