No dia 15 de novembro, o neurocientista Miguel Nicolelis, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, tornou-se o primeiro brasileiro a apresentar uma palestra no Karolinska Research Lecture at Nobel Forum, uma série de seminários organizados todos os anos pelo Instituto Karolinska, entidade sueca que concede anualmente o Prêmio Nobel.
Os convidados para as palestras são, de acordo com as regras do instituto, cientistas que tenham obra considerada fundamental em uma área de fronteira da ciência. Nicolelis lidera, no Departamento de Ciências Fisiológicas e do Cérebro de Duke, um grupo que estuda como integrar o cérebro humano com as máquinas, possibilitando o desenvolvimento de neuropróteses.
Segundo o neurocientista, a palestra intitulada “Computando com conjuntos neurais” tratou da trajetória de suas pesquisas no período de mais de 20 anos desde que criou a técnica de registros de multieletrodos. “A técnica se transformou em peça central para a criação de interfaces cérebro-máquina, abrindo possibilidades de novas próteses neurais voltadas para doenças degenerativas.
O instituto pediu que eu falasse sobre como cheguei até a fronteira do que está sendo feito hoje, aproximando a pesquisa de uma área de atuação propriamente clínica”, disse à Agência FAPESP.
“Fiquei emocionado por representar o Brasil diante dos membros do comitê do Nobel e de um instituto tão prestigiado”, disse o cientista, que no dia seguinte viajou para a Suíça, onde permanecerá até o fim do ano trabalhando no Instituto do Cérebro e da Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne, que tem parceria com a Universidade de Duke.
Nicolelis é um dos idealizadores e líderes do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra, inaugurado em fevereiro. O centro, localizado em Macaíba, a 20 quilômetros da capital potiguar, conta com centros de pesquisa, de saúde e educacional.
Os projetos são divididos na produção de neurociência de ponta, na educação científica de jovens e no atendimento médico à população carente da região.
Médico formado pela Universidade de São Paulo (USP), Nicolelis atua na área de fisiologia de órgãos e sistemas. Sua descoberta de um sistema que possibilita a criação de braços robóticos controlados por meio de sinais cerebrais está na lista das “tecnologias que vão mudar o mundo” do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
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