Arqueólogos israelenses desencavaram uma muralha situada além dos limites antigos de Jerusalém, mostrando que a cidade construída pelo bíblico rei Davi pode ter sido muito maior do que se pensava até agora.
A Autoridade de Antiguidades de Israel disse acreditar que a muralha de 5 m de altura fazia parte de uma estrutura de dois andares demolida em 70 d.C., quando os romanos saquearam Jerusalém e destruíram o templo judaico construído pelo rei Herodes.
'De acordo com nossas descobertas, a Jerusalém da antiguidade era muito maior do que se pensava', disse Doron Ben-Ami, da Autoridade de Antiguidades, em coletiva de imprensa concedida perto do sítio das escavações.
Ben-Ami acredita que a estrutura possa ter sido uma seção de um palácio pertencente à rainha Helena da Mesopotâmia, que se converteu ao judaísmo no século 1 d.C. e deixou seu reino, situado no atual Iraque, para ir viver em Jerusalém.
A muralha foi encontrada debaixo de um estacionamento, a cerca de 300 m ao sul da área conhecida pelos judeus como Monte do Templo e pelos muçulmanos como al-Haram al-Sharif. Ben-Ami disse que as aberturas estreitas descobertas na base da muralha podem ter sido usadas pelos moradores para fugir da construção quando os romanos a romperam em pedaços, durante o saqueio de Jerusalém.
"Sabemos que a estrutura não foi destruída pelo fogo, mas pelo desmantelamento proposital de suas paredes, feitas de pedras", explicou Ben-Ami. As escavações trouxeram à luz artefatos que datam do início das eras islâmica, bizantina e helênica, além dos períodos do primeiro e segundo Templo.
O Monte do Templo é o local onde ficava o segundo templo judaico da antiguidade, o único resquício do qual se encontra na Muralha Ocidental, vista pelos judeus como o mais sagrado dos santuários.
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