quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Índio quer internet



via
Época Negócios

A nova tacada do Google é usar a tecnologia para dar visibilidade a ações sociais e ambientais. No Brasil, a primeira missão da empresa de Mountain View é ajudar os índios da tribo Suruí, de Rondônia, a colocar sua história e cultura na rede mundial

Em meados de junho, a nova-iorquina Rebecca Moore, 52 anos, esteve no Brasil pela primeira vez. Numa pequena sala em Cacoal, cidade de 77 mil habitantes em Rondônia, a 500 quilômetros da capital, Porto Velho, ensinou índios suruís a dar seus primeiros passos na internet por meio de buscas no Google.

Rebecca é cientista da computação e gerente do Google. Veio ao Brasil para lançar o Google Earth Solidário, uma parceria da empresa com ONGs para dar visibilidade a questões socioambientais por meio de imagens de satélite.

Chefe Almir, de 32 anos, é um índio incomum. Biólogo - o primeiro da tribo a ir à faculdade -, tem celular e três contas de e-mail. Como coordenador da associação que representa os quatro clãs suruís, ele queria se integrar ao resto do Brasil e criar novas formas de sustento, sem deixar a cultura de lado.

Almir conta que usou o Google Earth pela primeira vez num cybercafé, há dois anos, para ver sua casa, um território de 2,48 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica. Levou um susto: todo o entorno estava desmatado, o que deu mais urgência à sua idéia.

O plano, criado em 1998, tem metas de 50 anos que incluem levar mais índios para a universidade - dez, até agora -, reflorestar 70 quilômetros quadrados, cultivar café e vender produtos artesanais. O chefe viu no programa do Google uma oportunidade de dar força ao projeto. [Leia+]

"O futuro está na tecnologia, e precisamos dela se realmente queremos um diálogo com o mundo", diz ele.

Nenhum comentário: