via Inovação TecnológicaA
ficção científica sempre discutiu as
consequências indesejáveis de repassar para
robôs e
computadores as tarefas que se mostrassem complicadas ou perigosas demais para serem feitas pelas mãos humanas.
E os cientistas da vida real estão cada vez mais fazendo exatamente isso, criando
sistemas automatizados e equipamentos que podem não apenas ajudar a
coletar,
organizar e
analisar dados científicos, mas também que são capazes de levantar de forma inteligente e
independente novas
hipóteses e
enfoques para as pesquisas feitas em cima dos dados que eles recebem.
Esse admirável mundo novo da pesquisa científica, e suas implicações para a forma como a ciência será feita no futuro, são os temas de um artigo publicado nesta semana por David Waltz (Universidade de Colúmbia) e Bruce G. Buchanan (Universidade de Pittsburgh).
Eles veem todo esse novo quadro como uma tendência promissora, mas alertam que os pesquisadores precisam considerar quais tarefas são mais adequadas para a automação e quais devem continuar sendo assunto de mentes humanas.
Waltz e Buchanan destacam que a automação auxiliada por computador tem sido uma parte da pesquisa científica há décadas, de programas simples que plotam gráficos estatísticos até bases de dados que mantêm e organizam dados científicos.
Todos esses sistemas, contudo, exigem um humano no circuito para formatar a pesquisa, examinar os resultados e determinar como aplicar os resultados nos desafios seguintes.
Agora as fronteiras da automação podem dar a impressão de que o cientista humano tornou-se obsoleto.
Waltz e Buchanan escrevem que "é possível para um programa de computador ... conduzir um procedimento continuamente repetitivo que começa com uma questão, efetua experimentos para responder àquela questão, avalia os resultados e formula novas questões."
Os autores argumentam que esses novos sistemas estão surgindo exatamente quando mais se precisa deles.
Com os sensores e outros instrumentos tornando-se mais inteligentes e complexos, o mundo científico está se inundando de dados, e ter assistentes baseados em computador que possam mergulhar ativamente nesses dados pode ser a única forma de fazê-los adquirir algum sentido. [Leia+]
"A perspectiva de automação da ciência também traz uma série de questões que precisam ser consideradas à medida que estas tecnologias forem disponibilizadas e adotadas em larga escala, ou seja, como nós determinamos o que automatizar, o que deve ser deixado para o homem, e como esta nova pesquisa automatizada irá afetar os resultados e o processo científico."